O Presidente da República, Daniel Chapo, sublinhou a importância do financiamento privado como um imperativo estratégico para o desenvolvimento sustentável de Moçambique e outros países em vias de desenvolvimento.

A declaração foi feita durante uma mesa-redonda em Sevilha, Espanha, à margem da IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4).
Na sua intervenção, Chapo destacou que alavancar empresas e o investimento privado não é simplesmente uma opção, mas uma condição essencial para promover um desenvolvimento acelerado e sustentável no país. A mesa-redonda, cujo tema foi “Alavancar as Empresas e o Financiamento Privado”, reuniu líderes e especialistas em finanças.
O estadista referiu-se à Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), que conta com 1,4 biliões de consumidores, como uma iniciativa que permitirá um aumento significativo do comércio intra-africano até 2045. Chapo afirmou que a ZCLCA não só visa elevar o comércio intra-africano para mais de 50%, como também aumentar a quota de África no comércio global para 12%, criando um mercado único para bens e serviços no continente.
Para Chapo, a promoção da governança e transparência, a reforma do quadro legal, o incentivo ao conteúdo local e o desenvolvimento de mecanismos de financiamento inovadores são fundamentais neste processo. O Presidente enfatizou que o financiamento público, por si só, é insuficiente para colmatar as lacunas de investimento necessárias para atingir as metas de desenvolvimento do país.
A agenda nacional de Moçambique foca na transformação económica, redução da pobreza, criação de empregos dignos para a juventude e construção de infraestruturas resilientes. Estas directrizes estão alinhadas com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para o período de 2015 a 2030.
Chapo também se referiu aos desafios estruturais significativos enfrentados por Moçambique, afirmando que a jornada de desenvolvimento do país é “ambiciosa e repleta de potencial”. A FFD4 decorre sob o lema de reformular a arquitectura financeira internacional, visando garantir maior equidade e inclusão no acesso a recursos, particularmente por parte de nações em desenvolvimento.
Em um contexto global, a ajuda ao desenvolvimento apresenta actualmente um défice de quatro biliões de dólares norte-americanos por ano, conforme relatado pela ONU.