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Glossário

Juntos pela Sociedade

Dicionário de Conceitos

Água: é uma substância química composta por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, no seu estado natural ela é incolor, insípida e inodora, que cai das nuvens como chuva, que forma riachos, lagos e mares, e que é usada para fins domésticos, como beber e lavar.
Água disponível no solo: a diferença entre capacidade de campo e o ponto de emurchimento permanente.
Água facilmente utilizável: quantidade de água utilizada pela planta, sem que ocorra stress ou redução de rendimento.
Altura manométrica {pés, m}: é a altura equivalente total que a água precisa elevar verticalmente, levando também em consideração as perdas por atrito no tubo.
Altura de recalque {pés, m}: a distância vertical ou diferença de elevação entre o ponto em que a água sai do impulsor e o ponto em que a água sai do sistema.
Altura de sucção {pés, m}: altura necessária para elevar água de uma fonte de água até a linha central do impulsor da bomba mais altura de velocidade, perdas de entrada e perdas por atrito na tubulação de sucção.
Aeração do solo: presença de ar nos poros do solo, essencial para o crescimento radicular, que pode ser impactada pela irrigação excessiva.
Área irrigada: extensão de terra onde a água é aplicada artificialmente para suprir as necessidades das plantas.
Área potencialmente irrigável: extensão de terras que possui condições físicas, econômicas e ambientais para ser irrigada.
Bacia hidrográfica: é uma região definida topograficamente, drenada por um curso de água ou um sistema interligado de cursos de água, tal que a única entrada de água na região seja a precipitação e todos os caudais efluentes sejam descarregados através de uma única saída.
Bomba: equipamento utilizado para elevar a água de fontes naturais ou reservatórios para os sistemas de irrigação.
Border Strip: método de irrigação onde a água é conduzida por faixas estreitas de terra nivelada.
Cadastro de irrigação: refere-se ao registro e organização de informações sobre sistemas de irrigação utilizados em determinada área ou propriedade, com o objetivo de monitorar, planejar e gerir o uso de recursos hídricos de forma eficiente e sustentável.
Capacidade de campo: quantidade de água que o solo pode reter após drenar o excesso por gravidade, geralmente de 1 a 3 dias após uma irrigação ou chuva.
Capacidade de Troca Catiónica: uma medida da capacidade que o solo possui de reter e trocar cátions (íons com carga positiva) com a solução do solo.
Canais de distribuição: estruturas para transportar água dos reservatórios aos campos agrícolas.
Cavitação: fenômeno físico que ocorre quando um líquido em movimento experimenta uma redução significativa de pressão, chegando a um ponto em que parte do líquido se vaporiza, formando bolhas de vapor.
Caudal: volume de água que flui por unidade de tempo.
Check basin: sistema onde pequenas áreas niveladas são cercadas para reter a água de irrigação, usado em cultivos como arroz.
Dia juliano: numeração sequencial de dias começando em 1º de janeiro como dia um e continuando até o final do ano, 31 de dezembro, como dia 365 (ano bissexto dia 366).
Drenagem: remoção do excesso de água do solo para evitar saturação e salinização.
Drenagem subterrânea: sistema para remover o excesso de água abaixo da superfície do solo, controlando a salinidade e a saturação.
Evapotranspiração [ET] {mm/dia}: soma da evaporação da água do solo e da transpiração das plantas.
Evapotranspiração de Referência [ETo] {mm/dia}: taxa de evapotranspiração de uma superfície de referência que é uma cultura de referência hipotética com uma altura de cultura assumida de 0,2 m, uma resistência de superfície fixa de 70 s/m e um albedo de 0,23. O valor é determinado em função do clima.
Evapotranspiração potencial [ETp] {mm/dia}: é a evapotranspiração de culturas livres de doenças, bem fertilizadas, cultivadas em campos sob ótimas condições de água do solo e alcançando produção total sob as condições climáticas dadas.
Flooding (Inundação): método de irrigação que cobre completamente a superfície do solo com água.
Flume: dispositivo usado para a medição de caudal.
Gestão da água de irrigação: é o ato de programar e regular as aplicações de água de irrigação de uma forma que satisfaça a necessidade de água da cultura, sem o desperdício de água, nutrientes das plantas ou energia.
Gestão de fertilizantes: aplicação de fertilizantes através de quantidades e o momento certo de modo a otimizar o uso da cultura, minimizando poluição potencial das águas subterrâneas e superficiais.
Golpe de ariete: onda de choque danificadora criada quando o caudal de água num sistema de tubagens para subitamente. Geralmente resulta de uma válvula de fecho rápido.
Hidrante: dispositivo usado em sistemas de irrigação para fornecer acesso à água sob pressão em pontos estratégicos de um campo.
Hidráulica: ciência que estuda o movimento e o equilíbrio da água.
Hidrologia: trata da ocorrência, circulação e distribuição da água na Terra, das suas propriedades físicas e químicas, da sua interacção com o meio.
Horizonte do solo: camada de solo ou material de solo aproximadamente paralela à superfície terrestre e que difere das camadas adjacentes geneticamente relacionadas em propriedades ou características físicas, químicas e biológicas, como cor, estrutura, textura, consistência, tipos e número de organismos presentes, grau de acidez ou alcalinidade.

G

Gestão da água de irrigação: é o ato de programar e regular as aplicações de água de irrigação de uma forma que satisfaça a necessidade de água da cultura, sem o desperdício de água, nutrientes das plantas ou energia.
Gestão de fertilizantes: aplicação de fertilizantes através de quantidades e o momento certo de modo a otimizar o uso da cultura, minimizando poluição potencial das águas subterrâneas e superficiais.
Golpe de ariete: onda de choque danificadora criada quando o caudal de água num sistema de tubagens para subitamente. Geralmente resulta de uma válvula de fecho rápido.

H

Hidrante: dispositivo usado em sistemas de irrigação para fornecer acesso à água sob pressão em pontos estratégicos de um campo.
Hidráulica: ciência que estuda o movimento e o equilíbrio da água.
Hidrologia: trata da ocorrência, circulação e distribuição da água na Terra, das suas propriedades físicas e químicas, da sua interacção com o meio.
Horizonte do solo: camada de solo ou material de solo aproximadamente paralela à superfície terrestre e que difere das camadas adjacentes geneticamente relacionadas em propriedades ou características físicas, químicas e biológicas, como cor, estrutura, textura, consistência, tipos e número de organismos presentes, grau de acidez ou alcalinidade.

I

Infiltração: processo pelo qual a água penetra no solo, influenciado pela textura, estrutura e cobertura do solo.
Infiltração básica: velocidade constante com que a água penetra no solo após saturação inicial.
Infiltrômetro: dispositivo usado para medir a taxa de infiltração/taxa de absorção de água no solo.
Intensidade da precipitação [i] {pol./h, mm/h}: uma medida da quantidade de chuva que cai ao longo do tempo.
Irrigação por bacias: a água é acumulada em um campo plano ou ligeiramente nivelado com limites de bermas.
Irrigação por faixas: a água é espalhada em fluxo laminar sobre um campo a partir de uma vala de cabeceira ou valas de campo em uma situação de inundação controlada.
Irrigação controlada: método onde o volume e a frequência da água são ajustados de acordo com as necessidades da planta.
Irrigação subsuperficial: um método de irrigação que consiste no controle do lençol freático, usando a elevação do lençol freático para adicionar água à zona da raiz.
Irrigação suplementar: o processo de fornecer água adicional para estabilizar ou aumentar os rendimentos sob condições do local onde uma cultura pode normalmente ser cultivada sob chuva direta, sendo a água adicional insuficiente para produzir uma cultura.
Irrigação de superfície: aplicação de água sobre o solo sem uso de pressão, por gravidade.
Irrigação por pressão: métodos que utilizam pressão para distribuir água, como aspersão e gota-a-gota.
Irrigação por sulcos: método de irrigação onde a água corre por pequenos canais paralelos à medida que desce a encosta do campo. Os campos são geralmente inclinados e abertos na extremidade inferior, permitindo que ocorra o escoamento.
Lâmina de irrigação: quantidade de água aplicada por unidade de área em uma irrigação.
Linhas de derivação: componentes do sistema de irrigação que distribuem a água das tubulações principais para as áreas cultivadas.
Linhas laterais: tubulações que transportam água dos ramais principais para os pontos de aplicação em sistemas de irrigação localizada.
Lixiviação: o processo de remoção de sais solúveis no solo através da água.
Lixiviação Requerida (LR): quantidade de água que é necessária para ser adicionada ao perfil do solo durante uma rega para assegurar que o excesso de sais é removido da zona radicular em escoamento, percolação profunda ou infiltração lateral.
Microaspersão: método que aplica água em pequenos jatos ou gotículas em áreas localizadas.
Monocultura: é a prática de cultivar uma única cultura numa área num ano ou período agrícola.
Mulching: cobertura do solo com qualquer material, como palha, resíduos de plantas ou película de plástico, para reduzir a evaporação da superfície do solo e/ou para proteger as raízes das plantas de temperaturas extremamente baixas ou elevadas.
Necessidade bruta de irrigação [IRgross] {pol., mm}: necessidade total de irrigação, incluindo necessidade líquida de cultura mais perdas incorridas na distribuição e aplicação e na operação do sistema.
Necessidade líquida de irrigação [IRnet] {pol., mm}: é a quantidade de água que precisa ser aplicada a uma cultura por meio da irrigação para atender às suas necessidades hídricas, considerando a precipitação efetiva durante a estação de crescimento.
Necessidade hídrica: volume de água que uma planta necessita para atingir o crescimento ideal.
Net Positive Suction Head (NPSH): este valor representa a diferença entre a pressão da água levada para o sistema de irrigação e a pressão da água dentro da bomba.
Net Positive Suction Head Available (NPSHA) {ft, m}: representa a energia disponível para “empurrar” o fluido para dentro da bomba.
Net positive suction head required [NPSHR] {ft, m}: representa a mínima pressão que o líquido deve exercer na entrada da bomba para que ela opere sem cavitação.
Nível freático: altura em que a água subterrânea está presente no solo.
Ponto de emurchimento permanente: é o teor de água do solo na zona radicular da cultura quando a cultura já não consegue extrair água do solo.
Perda de carga por atrito: perdas de pressão causadas pelo atrito da água nas paredes do tubo e turbulência dentro do tubo.
Percolação Profunda (Pd): o movimento da água para fora da zona da raiz à medida que ela se move mais profundamente no perfil do solo.
Permeabilidade {pol./h, mm/h}: propriedade específica do solo que designa a taxa na qual gases e líquidos podem fluir através do solo ou meio poroso.
Perfil do solo: secção vertical do solo desde a superfície através de todos os seus horizontes até o material original.
Pesticida: agente químico usado para controlar organismos específicos. Inclui inseticidas, herbicidas e fungicidas.
pH: medida de acidez ou alcalinidade.
Pivot central: sistema de irrigação pressurizado que gira em torno de um ponto central, cobrindo uma área circular.
Porosidade {%,-}: volume de poros em uma amostra de solo em relação ao volume total da amostra.
Potencial Matricial: a força (medida em unidades de pressão negativa) que o solo exerce (puxa) sobre a água.
Precipitação efetiva [Pe] {in., mm}: porção da precipitação total que se torna disponível para o crescimento da planta.
Produtividade da água: quantidade ou valor da produção (incluindo serviços) fornecida pela água, em relação ao volume de água utilizado.
Profundidade Radicular: profundidade do perfil do solo ocupada pelo sistema radicular da cultura.
Programação de irrigação: processo de determinação de quando irrigar e quanto.
Policloreto vinil: material plástico amplamente utilizado em irrigação para tubos e conexões porque é leve, barato, fácil de montar e pode ter uma longa vida útil.
Reservatório: estrutura de armazenamento de água usada para abastecimento de sistemas de irrigação.
Runoff {mm}: porção de precipitação que flui sobre o solo.
Salinização: acúmulo de sais no solo devido a práticas inadequadas de irrigação e drenagem.
Seca: é um fenômeno climático caracterizado por um período prolongado de escassez de água, seja atmosférica (precipitação abaixo da média), superficial ou subterrânea.
Sensoriamento remoto: é uma técnica que permite obter informações sobre objetos ou áreas na superfície da Terra sem a necessidade de contato físico direto. Através de sensores instalados em plataformas como satélites, aviões ou drones.
Solo: é a camada superior da crosta terrestre transformada pelo intemperismo e processos físicos/químicos e biológicos. É composto de partículas minerais, matéria orgânica, água, ar e organismos vivos organizados em horizontes genéticos do solo.
Solos salinos: solos com sais solúveis suficientes para prejudicar sua produtividade para o cultivo da maioria das culturas, com condutividade elétrica [ECe] do extrato de saturação maior que 4 mmhos/cm.
Solo saturado {%v/v, mm/m}: condição em que todos os poros/vazios do solo estão preenchidos com água.
Taxa de aplicação: velocidade com que a água é aplicada ao solo.
Transpiração: perda de água das plantas através de seus estômatos.
Tempo de aplicação {min, h}: quantidade de tempo que a água é aplicada a um conjunto de irrigação.
Tempo de avanço {min, s}: tempo necessário para que um determinado fluxo de água de irrigação se mova da extremidade superior de um campo para a extremidade inferior.
Tensímetro: instrumento utilizado para medir a tensão da água no solo, indicando a disponibilidade para as plantas.
Textura do solo: refere à proporção de areia, silte e argila em um determinado solo.
Transpiração [T] {pol./dia, mm/dia}: processo de absorção e uso de água pela planta, começando com a absorção pelas raízes e terminando com a transpiração nas superfícies das folhas.
Tubo de pitot: pequeno tubo em forma de cotovelo que pode ser ligado a um manómetro ou a outro dispositivo de medição para medir a velocidade da água que sai de um bocal ou que flui num tubo.
Uso consumptivo de água: refere-se à quantidade de água retirada de um recurso hídrico (como rios, lagos ou aquíferos) que não é devolvida ao sistema na mesma forma ou volume após o uso.
Uso não consumptivo de água: refere-se a atividades em que a água é utilizada sem que haja uma remoção significativa de seu volume ou qualidade do corpo hídrico.
Uso eficiente da água: maximização do rendimento das culturas com menor volume de água.
Valas de Drenagem: canais estreitos que conduzem a água para fora dos campos agrícolas.
Válvula: um dispositivo para controlar o fluxo de água em sistemas de irrigação.
Válvula borboleta: válvula em uma tubulação para iniciar ou interromper o fluxo girando um disco 90 graus.
Válvula de prevenção de refluxo: válvula de retenção que permite o fluxo em uma direção e impede o refluxo.
Válvula de pomar: válvula de saída instalada dentro de um tubo vertical curto com uma tampa ou tampa ajustável para controle de fluxo.
Válvula de esfera: válvula em uma tubulação usada para iniciar ou interromper o fluxo girando uma esfera selada com um furo transversal aproximadamente igual ao diâmetro da tubulação.
Volume aplicado: quantidade total de água fornecida durante uma irrigação.
Zona húmida: uma área de transição entre ecossistemas aquáticos e terrestres que é inundada ou saturada com água por períodos longos o suficiente para produzir solos hídricos e sustentar vegetação hidrofítica.
Zona radicular: região do solo onde se concentra o sistema radicular das plantas e a maior absorção de água.

Medidas de Mitigação dos Efeitos Climáticos

Infraestruturas de Regadio Resilientes:

  • Construção e reabilitação de barragens e canais.
  • Introdução de sistemas de irrigação por gotejamento para eficiência no uso da água.

 

Gestão de Riscos:

  • Implementação de sistemas de alerta precoce.
  • Capacitação das comunidades em práticas agrícolas resilientes.

 

Promoção de Tecnologias:

  • Uso de tecnologias de GIS para monitoramento hídrico.
  • Disseminação de informações meteorológicas via SMS e rádio.

 

Monitoramento Hidrológico e Climático:

  • Uso de dados meteorológicos e hidrológicos fornecidos pelo INAM, DNGRH e ARAs para prever cheias e secas.
  • Instalação de sistemas de alerta precoce para cheias em áreas de maior risco.

 

Infraestruturas Resilientes:

  • Construção de canais de drenagem adequados para evitar o alagamento de áreas de cultivo.
  • Reforço de barragens e diques com materiais resistentes para reduzir danos em casos de cheias.
  • Desenho de sistemas de irrigação que permitam redistribuição eficiente da água em períodos de escassez.

 

Capacitação e Educação:

  • Treinamento de grupo de produtores para a implementação de técnicas adaptativas, como irrigação por gota a gota e cultivo de variedades resilientes às condições climáticas adversas.

Prognóstico da Hidrologia para a Campanha Agrária 24/25

Risco de Cheias:

Moderado a Alto: Bacias do Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Save, Búzi, Pungue, Zambeze e Licungo.

Alto (Cheias Urbanas): Municípios de Boane, Maputo, Matola, Marracuene, Xai-Xai, Beira e Quelimane.

 

Setor Agrícola:

Boa campanha agrícola, com níveis hídricos satisfatórios.

Monitoria constante e alerta para inundações em zonas baixas.

Norte: Recomenda-se sementeiras tardias e escalonadas.

 

Risco de Cheias por Região:

Baixo: Bacias do Inharrime, Rio das Pedras, Govuro, Mecuburi, Lúrio, Montepuez, Messalo, Rovuma e bacias costeiras de Cabo Delgado.

Moderado: Bacias do Limpopo, Mutamba, Inhanombe, Zambeze e bacias costeiras da Zambézia e Nampula.

Moderado a Alto: Bacias do Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Save, Búzi e Pungue.

Alto: Se houver ciclones ou baixas pressões, risco agravado para Umbeluzi, Incomáti, Save, Búzi, Pungue e Licungo.

Prognóstico das chuvas para a
campanha agrária 24/25

Dezembro/ Janeiro/ Fevereiro 2024/25:

↑ Normal/Acima: Inhambane, Sofala, Manica, Tete (grande parte), Zambézia, Gaza, Maputo, pequena parte de Niassa.

   Normal: Partes de Niassa, Nampula, Tete, Zambézia, Gaza e Maputo.

↓ Normal/ Abaixo: Cabo Delgado, grande parte de Niassa e Nampula.


Janeiro/ Fevereiro/ Março 2025:

↑ Normal/Acima: Inhambane, Gaza, Sofala, Manica, Tete, parte de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Maputo.

   Normal: Partes de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Maputo.

↓ Normal/ Abaixo: Pequenas áreas de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.

Ações do INIR,IP: Ajuste do calendário agrícola e reforço da assistência técnica.

Continuação

O Projecto de pesquisa “Farmer-led Smallholder Irrigation in Mozambique (FASIMO)” visa fazer uma análise comparativa entre os regadios government-led e farmer-led e outros modelos de desenvolvimento de irrigação existentes no país para perceber as razões que determinam o sucesso e fracasso  de certos regadios no país. Esta análise comparativa consiste em identificar as formas como os regadios foram financiados, o funcionamento e estrutura das associações de regantes, incluindo a operação e manutenção dos regadios, o acesso ao mercado de insumos e de produtos, entre outros factores que concorrem para o sucesso ou fracasso. Desta forma, e com os factores de sucesso e de fracasso devidamente identificados e estudados, o FASIMO pretende contribuir no aumento da productividade, rentabilidade e equidade nos sistemas de rega em Moçambique de modo a garantir a sua auto-sustentabilidade a longo prazo.

A pesquisa co-financiada pelo International Development Research Centre (IDRC) do Canadá e Australian Centre for International Agricultural Research (ACIAR) está a ser implementada em oito regadios (em forma de casos de estudo), sendo cinco na província de Gaza e três em Manica, com um universo de cerca de 300 famílias directamente beneficiárias. O FASIMO que iniciou em Abril de 2019 e com término em Dezembro de 2022, utilizou o diagnóstico rural participativo, inquérito socioeconómico, discussões de grupos focais, e entrevistas com informantes-chave do sector da irrigação para compreender o historial e o funcionamento dos sistemas de rega. Ao longo deste processo, a pesquisa englobou ainda autoridades governamentais dos níveis central, provincial e distrital, bem como as associações de produtores regantes para identificar as lacunas e necessidades de intervenção com vista ao desenvolvimento da irrigação.

Principais resultados sobre os factores socioeconómicos e institucionais que afectam o funcionamento e a productividade dos sistemas de rega em Moçambique

Foram identificados factores que contribuem para o SUCESSO dos sistemas de rega, que se arrolam abaixo.

  • A maior participação dos produtores na tomada de decisão desde a planificação, implementação e gestão contribui para o sucesso dos sistemas de rega
  • A partilha de custos de estabelecimento dos sistemas de rega com os produtores contribui para valorização do sistema de rega por parte dos produtores. A contribuição dos Produtores pode ser por força de trabalho ou em valores monetários.
  • O modelo de contrato de produção através do modelo de “outgrower scheme” mostrou-se contribuir para a melhoria da cadeia de valor agrícola por permitir mercado garantido e estabilidade de preços, e por conseguinte uma melhor rentabilidade dos sistemas de rega onde esse modelo vigora

Por outro lado, os principais factores que levam ao FRACASSO e rápida degradação dos sistemas de irrigação são agrupados em duas categorias conforme o tipo de soluções que são necessárias, (i) factores que requerem treinamentos e mudanças de práticas; e (ii) factores que requerem mudanças de políticas e regulamentos de irrigação em Moçambique

Para os factores que requerem treinamento e mudança de práticas, os factores a seguir foram identificados: (a) produtores com fracos conhecimentos sobre a técnicas de gestão de rega, (b) Fraca assistência e treinamento dos pequenos produtores sobre a manutenção e reparação de sistemas de rega, (c) Fracas organizações de produtores, (d) Limitada cobertura de rede de extensão e fraco domínio de produção em regime de rega, entre outros arrolados nos documentos do projecto.

 

Os pacotes que requerem mudanças de políticas e de regulamentos são, (a) fornecimentos de bombas e outros equipamentos de rega cujas peças sobressalantes não se encontram disponível no mercado local, ou até nacional, (b) o foco do governo e parceiros na promoção de sistemas de rega colectivos sem no entanto antes promover a existência de objectivos comuns e partilha de bens comuns de forma transparente, (c) fraca capacidade dos produtores de aceder a insumos melhorados, associado ao baixo acesso ao crédito e seguro da produção.

Principais resultados sobre a gestão de água e mapeamento de sistemas de rega com recurso a remote sensing

  • O FASIMO promoveu o uso de instrumentos de monitoria de água e nutrientes no solo – adiante denominados “Tools” – nos seus regadios-alvo. O uso dos Tools resultou na redução do número de eventos de rega para metade, e consequente redução de custos de rega em cerca de 40%, redução de tempo gasta com rega, enquanto ao mesmo tempo permitiu o aumento do rendimento em 10%. A redução de água de rega constitui um factor importante para os produtores negocearem a escala de rega, priorizando aqueles cujos campos cujos sensores indicam mostrarem-se secos. Por outro lado, os sensores ajudam a evitar irrigação excessivas que levam a lixiviação de nutrientes para além da zona radicular.
  • O FASIMO adoptou o uso de remote sensing para identificar e mapear áreas irrigadas em Moçambique. A aplicabilidade do remote sensing vai além da identificação e mapeamento de sistemas de rega à medida em que permite monitorar a campanha agrícola e determinar diferentes parâmetros de sanidade vegetal e productividade.

Recomendações:

  • O Instituto Nacional de Irrigação em particular, e outros actores que promovem a irrigação no país devem optar por abordagem que garantem uma participação efectiva dos produtores ao longo de todo o processo desde a planificação, o dimensionamento, a construção e a gestão do sistema de rega;
  • Como estratégia de longo prazo, o INIR em parceria com outros órgãos do Ministério da Agricultura deevem facilitar e promover a existência de provedores de serviços próximo aos sistemas de rega, quer seja através do sector privado ou organização não governamentais.
  • Em locais onde as condições permitem, o estabelecimento de sistemas de rega devem estar associados ao modelo de produção por contrato como forma de garantir mercado aos produtores;
  • O INIR em colaboração a nível provincial e distrital deve garantir o estabelecimento de Associações de Regantes transparentes, inclusivos e democráticos que irão se encarregar pela efectiva manutenção, reparação e longevidade do sistema de rega.
  • O INIR e outros actores que promovem a irrigação devem disseminar o uso dos instrumentos de monitoria de água e nutrientes no solo como forma de assegurar uma melhor eficiência de uso da água e melhorar a produtividade dos sistemas de rega.
  • O remote sensing mostrou-se ser uma ferramenta capaz de identificar, mapear e monitorar os sistemas de rega a custos baixos. Portanto, o INIR pode recorrer a estas ferramentas para a monitoria e mapeamento dos sistemas de irrigação em Moçambique.

O país enfrenta eventos climáticos extremos, como secas, cheias e ciclones, que afectam diretamente a agricultura e a segurança alimentar. 

Como entidade responsável pela gestão de regadios, o INIR, IP actua para minimizar os impactos desses eventos, promovendo o uso eficiente da água e a resiliência das comunidades agrícolas.

Trabalhamos em parceria com a DNGRH, ARAs, INAM e INGD para obter e divulgar informações cruciais sobre condições hidrometeorológicas.

 

Comportamento do Clima em Moçambique

A fase El Niño é associada com um aumento de temperaturas e redução de chuva em Moçambique, enquanto a fase La Niña está associada com uma diminuição de temperatura e aumento de chuva (LOBO, 1999; MAVIE, 1999). Os maiores efeitos são observados na região central do país.

A Tabela abaixo mostra um resumo dos efeitos das fases do ENOS em Moçambique.

Efeitos Climáticos em Moçambique

Os impactos das mudanças climáticas nos regadios de Moçambique são profundos, afectando a produtividade agrícola e a segurança alimentar. O PNI fornece uma base estratégica para enfrentar esses desafios, promovendo a sustentabilidade e resiliência do sector agrícola irrigado. A acção integrada e colaborativa é essencial para garantir que os regadios continuem desempenhando um papel vital no desenvolvimento socioeconômico do país.

Mensagem do Director Geral

Sejam bem-vindos todos internautas que procuram exploram as informações sobre o Instituto Nacional de Irrigação, Instituto Público (INIR, IP).

Quero informar que há cerca de 12 anos, iniciamos esta jornada como INIR, IP, aqual tem sido arduo mais frutifero trabalho que resulta do empenho, competência e dedicação de todos e todas que acreditam na irrigação como um dos pilares para alavancar os índices de produção e produtividade agrícola no país, uma vez que, é  nosso papel promover a reabilitação, construção, operação e manutenção de infraestruturas hidroagrícolas, bem como, promover o estabelecimento de parcerias publicas-privadas para gestão de infraestruturas hidroagrícolas, cujo objectivo principal é a melhoria de renda das familias dos produtores agrícola e dos moçambicanos em geral.

Deste forma, expressamos o nosso apreço especial a equipa técnica,  administrativa e parceiros em geral, que não mede esforço em construir este INIR, IP tão conceituado e respeitado, pela sua capacidade de responder as necessidades dos pequenos, médios e grandes produtores, através dos serviços prestados, na construção e manutenção de regadio, demostração de tecnologia de irrigação, facilitação de importação e fornecimento de equipamentos hidroagrícola e atracção de investimentos para oportunidades de negocios dentro do subsector de irrigação.

Recebam deste já os nossos agredecimentos pela visita a página do INIR, IP, pela confiança e parceria rumo ao incrimento de áreas irrigadas em Moçambique. Que a página sirva de ponto de exploração de informações sobre nossas realizações passadas, presente  e que sejam de utilidade para actividades futuras dos nossos visitantes.

INIR, IP

“O VERDE DA SUA CULTURA”